A década de 1970 foi marcante para a indústria brasileira. Em um período conhecido como “milagre econômico”, que se estendeu até meados de 1973, o Brasil se desenvolveu de forma exponencial e muitos setores industriais, inclusive o de moldes de injeção, se beneficiaram com isso.
Devido a esse boom, muitos estrangeiros passaram a enxergar o mercado brasileiro de outra forma. Tendo em vista os avanços, o país se tornou, em pouco tempo, uma fonte valiosa para quem desejava mudar de vida trabalhando na indústria. E neste contexto a família Steinhäusser se encaixa muito bem.
Nesta década de ouro, a família deixou a Alemanha, chegou ao Brasil e, logo de cara, viu uma oportunidade em meio ao desenvolvimento do setor industrial do país. E, em 1975 , ela deu o pontapé inicial e criou a Indústria de Máquinas Kanten.
Quem é a Lonk | O início da empresa na ferramentaria
Localizada em Pinhais, no Paraná, a empresa iniciou suas ações trabalhando com máquinas para madeira, mas, devido à forte concorrência, migrou no fim da década de 1980 para a área da ferramentaria e injeção plástica, alterando a razão social da empresa para a Lonk Indústria de Matrizes e Moldes Ltda, de onde nunca mais saiu.
A primeira injetora
Klaus Hermann Steinhäusser, atual gerente proprietário da Lonk, participou de muitos momentos de expansão da marca. Nos anos 90, por exemplo, a empresa realizou uma de suas primeiras transformações ao englobar em seu portfólio de ferramentas a sua primeira injetora vertical.
Com essa máquina, a Lonk passou a enxergar um nicho de mercado diferente, e iniciou sua jornada realizando moldes de injeção para ganchos plásticos de pedras sanitárias. Inclusive, o desenvolvimento destes ganchos, criados por meio de uma injetora vertical com quatro cavidades, é tido por Klaus como um dos pontos de virada da empresa.
Após a expansão e consolidação no setor de plásticos, a Lonk entrou de vez no ramo da ferramentaria no fim da década de 90. Em uma de suas das primeiras ações, a empresa passou a ser mais estratégica e começou a olhar para o mundo de injeção de plásticos de forma ampla.
Os desafios da Lonk
Saltando no tempo, os anos 2000 foram um marco significativo para a Lonk. O Brasil, em específico, vivia mais um boom tecnológico, com a chegada em maior escala da computação no país, fortificando ainda mais a indústria.
Com a tecnologia a seu favor, a Lonk passou a enxergar o potencial de soluções que fossem capazes de solucionar os problemas diários da empresa. Dentro disso, a nova mudança de rota da empresa se deu após a implantação do VISI, movimento que fez com que alavancassem seus processos de forma exponencial.
“Na época, nós recebíamos projetos entregues do ramo automotivo, e todos chegavam até nós com montagens realizadas em um software que não estava mais suprindo o que precisávamos. Inclusive, meu pessoal não conseguia trabalhar. Os colaboradores usavam outros softwares CAD para conseguir ajustar as superfícies dos projetos – algo bem importante e de extrema necessidade. E neste meio tempo fui apresentado ao VISI, inicialmente não acreditei que ele podia fazer tudo que faz, mas aos poucos vi como ele facilita o andamento dos projetos de forma rápida, fácil, eficiente e assertiva“, pontua Klaus.
De forma macro, o VISI se trata de um software para o desenvolvimento de projetos de moldes de injeção e estampo progressivo, ideal para moldes e matrizes complexos, de grande porte, ferramentas de estampo de alta complexidade etc. Uma solução que elevou o nível de atuação da Lonk.
Como a empresa usa o VISI para moldes de injeção?
Os moldes de injeção são uma ferramenta de alta precisão, capaz de moldar e produzir peças – neste caso peças plásticas – utilizando o processo de injeção. Processo que tem ampla relação com o propósito da Lonk.
Dentro disso, com o objetivo de trabalhar fortemente com design e construção de moldes de injeção de peças plásticas, a Lonk trabalha com vários tipos de clientes, atuando principalmente com os setores automobilismo, eletroeletrônico, moveleiro e outros. No entanto, para cada tipo de cliente, a empresa tem um foco diversificado, como:
- Clientes que já têm o produto (setor automotivo, por exemplo): Aqui, o profissional chega com o desenho do produto definido e a Lonk precisa fazer o projeto do molde de injeção e fabricá-lo.
- Clientes que já têm o produto e o molde de injeção: Aqui, o profissional chega com o molde de injeção e a Lonk faz o processo de injeção plástica.
- Cliente com ideia caseira: Neste caso, a pessoa tem algo previamente idealizado, e quer fazer um molde, sem trazer a forma e o desenho desejados.
No segundo caso em específico, a Lonk realiza todo o projeto do produto, ferramental, cria o molde e executa a produção. Ou seja, faz o ciclo completo e otimiza o processo com o potencial do VISI.
Quanto a organização do processo, a Lonk busca, a cada demanda, limitar a quantidade de testes, os famosos try-outs. De acordo com Klaus, a empresa trabalha com até três try-outs, visando a divisão das ações de forma assertiva e buscando a excelência do processo.
Na primeira etapa, entende-se o conceito estrutural e aplica-se o primeiro try-out. Em um segundo momento, a empresa define questões voltadas a textura, polimento e espelhamento. Por último, onde geralmente o cliente já aprovou as demandas anteriores, a Lonk determina detalhes finais, quanto a cor, tamanho etc.
VISI Flow & SKA | Padronização nos processos de moldes de injeção
E para ampliar os processos de forma exponencial e ter maior qualidade nos try-outs, o VISI Flow, implantado junto a SKA, passou a fazer parte do portfólio de soluções da empresa. Mas, afinal, do que se trata esse módulo?
O VISI Flow é uma tecnologia que simula fluxos tridimensionais em tempo real. De um modo geral, ela oferece resultados consistentes, seja qual for o tamanho ou complexidade do produto, beneficiando assim ao operador duas situações:
– Adicionar facilmente novos graus de polímero;
– Modificar dados existentes para corresponder ao material de moldagem exato.
“O Flow te dá análise e você é o responsável por alimentar dados”
No entanto, a previsibilidade que o software consegue trazer ao usuário é, sem dúvida alguma, um ponto vital – especialmente para a Lonk, que sempre almejou diminuir try-outs e qualificar ainda mais seus produtos. Analisar a pré e pós-produção têm feito com que a empresa possa ser ainda mais assertiva nos ajustes, bem como em suas entregas.
Para isso, a Lonk simula o processo de moldagem por injeção, checando superfícies da peça, visando um melhor entendimento das condições do material dentro da cavidade do molde.
Com a simulação, somada ao trabalho realizado de forma constante, o VISI Flow da SKA tem sido determinante para o sucesso Lonk com pequenas demandas, além de ampliar em 20% a qualidade dos produtos.
“Meu primeiro contato com o VISI Flow se deu através de uma ampla conversa com um especialista da SKA, onde me foi mostrado todos os pormenores da solução, seus benefícios e, acima de tudo, como se dão os processos de implantação e suporte. Aliás, não demorou muito para realizarmos a implantação, hein! Em cerca de um mês já tínhamos o software em nossas mãos e passamos a trabalhar com este módulo”, destacou.
Quais ganhos o VISI Flow trouxe para a empresa?
A busca por uma maior qualidade na execução e otimização dos processos fez com que a Lonk transformasse seus procedimentos gerais. Além da redução de try-outs e expertise para análises densas acerca do que estavam injetando, a empresa tem atingido um novo patamar, sendo mais assertiva e conquistando o respaldo de seus clientes por aliar velocidade, qualidade e precisão.
“Agora, com o VISI Flow da SKA, conseguimos fazer um projeto com a análise de flow em até cindo dias com qualidade, o que nos permite atingir uma margem de acerto que beira os 98% de excelência”, explica Klaus.
Há mais de 10 anos trabalhando com VISI, a SKA oferta modalidades diversificadas do software, e a Lonk aderiu ao Flow por algumas necessidades. Além de diminuir o tempo dos try-outs, que levavam em torno de 3 horas, a empresa conseguiu um ganho expressivo através do software.
O que a solução ainda agrega?
Em média, a Lonk tem realizado a entrega de postiços em até 20 dias úteis, graças ao potencial do VISI Flow. Ou seja, entre o cliente entrar com o pedido do produto, e a Lonk realizar o primeiro try-out, o processo tem levado menos de um mês.
E não param por aí! O VISI tem auxiliado a empresa de forma rápida e eficiente, ajudando no detalhamento de superfícies e na otimização de processos. Inclusive, essa melhoria vai ao encontro de outro ponto crucial acerca dos ganhos obtidos e que está ligado diretamente a trilha de processo.
Agora, com a solução da SKA, a Lonk consegue projetar, em muitos casos, seu primeiro try-out em menos tempo. Com a compra de matéria-prima, e o começo da fase usinagem, a empresa já começa a pensar no teste inicial em 15 dias, trazendo mais dinamismo.
Diferencial competitivo da Lonk
Com try-outs e dinâmica de processos determinados, a Lonk definiu, com o passar do tempo, qual seria de fato seu foco no aspecto ‘macro’ do negócio.
Tendo entendimento das necessidades do universo de injeção plástica, a empresa tem centralizado seus esforços em uma produção de baixo volume, isso graças ao VISI Flow.
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O que isso facilita na prática?
Conforme Klaus, realizando uma tiragem baixa, qualquer erro em projeto ou injeção pode ‘sugar’ toda a lucratividade do projeto, e por isso a assertividade que o VISI entrega é vital.
“Recentemente, nós pegamos um cliente que fez um lote de 50 peças que precisava de um produto plástico real capaz de medir em meia hora a qualidade da água, sem uso de um laboratório. E o que fizemos? Nós pegamos o VISI Flow, desenvolvemos todo o material para ver os melhores pontos da injeção com o menor custo possível”, pondera.
No case acima, a Lonk efetuou uma análise detalhada e utilizou, posteriormente, um jogo de postiça de alumínio, se valendo de sua estrutura com um porta molde padrão, colocando o postiço e fazendo a injeção. Um diferencial inteligente e muito importante.
Aliás, com a expertise adquirida após a implantação do software, a Lonk pretende ir além da produção em lotes e demais processos e entrar de vez no mundo dos ‘serviços’ – um diferencial competitivo e que pode elevar o nível dos procedimentos de moldes de injeção.
A ideia da empresa é oferecer uma análise detalhada, mostrando os problemas e soluções, apresentando ao seu cliente uma informação que muitas vezes ele não tem conhecimento.
SKA + Lonk | O impacto nos processos de moldes de injeção plástica
Com uma parceria recente, mas muito sólida, SKA e Lonk estão em constante contato, desde as primeiras conversas, implantações e suportes frequentes. Devido ao bom relacionamento e reconhecimento no mercado, a possibilidade da implantação do VISI Flow foi possível, agilizando as negociações.
Através da parceria de longa data da Hexagon, a SKA conseguiu fazer com que a Lonk se tornasse o primeiro caso de VISI Flow no Brasil, e estreitou ainda mais esse trabalho conjunto que tem elevado o nível de produção da empresa no mundo da injeção plástica.
“Entre treinamentos e conversas, a SKA e a HEXAGON passaram a divulgar mais informações acerca do VISI para que nós possamos estudar e crescermos juntos. Em cada demanda solicitada, além de periódicas consultorias, a SKA sempre se mostrou muito prestativa e atencioso, resolvendo problemas, trazendo novidades e insights. Desde respostas rápidas, até casos mais específicos e que careciam de um estudo mais aprofundado. De um modo geral, só tenho a agradecer por todo suporte”, conclui.
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Perguntas frequentes
De um modo geral, os moldes de injeção são ferramentas que visam produzir peças plásticas, sejam elas em materiais termofixos ou termoplásticos.
A injeção plástica se trata de um processo único e interessante. O material passa por um cilindro aquecido que contém uma rosca transportadora onde ocorre a fusão dos grânulos, formando uma massa plastificada. Assim que plastificado, este material é empurrado pela rosca para dentro do molde que possui as dimensões e detalhes da peça a ser produzida.
Um dos termos mais falados dentro da indústria digital, o try-out é uma etapa importante dos projetos e ajuda um produto a alcançar êxito total em sua execução. De fato, ele se trata de uma série de testes realizados por um técnico com o claro objetivo de definir os parâmetros de injeção, além de preparar a máquina e o molde para um novo produto.
*Texto produzido por Eduardo de Souza Bento, Jornalista na SKA.
