sábado, 23 de novembro, 2024
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Aplicação – Planejamento do Processo

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Por Alexandre Mayer,
Comercial VS na SKA

 

 

Coincidentemente, antes de enviar este artigo para publicação acabo de ler que o primeiro carro totalmente digital está sendo produzido no Brasil. Por que totalmente digital? Porque durante a sua concepção, nenhum protótipo físico foi utilizado (normalmente o número de protótipos físicos chega a 70). Todos os testes e definições de projeto e de fabricação foram simulados virtualmente utilizando os conceitos da Manufatura Digital e do Digital Twin que estamos abordando nesta série de textos.
 
Pois bem, nos artigos anteriores, procurei esclarecer de maneira simplificada conceitos importantes que se aplicam na Manufatura Digital: conceitos estes que aprendi desde que embarquei neste mundo em 2007 e que persistem até os dias de hoje. Não só persistem, como foram aprimorados e cada vez mais explorados, muito por influência da indústria 4.0 na qual estamos inseridos, da transformação digital que fazemos parte e dos benefícios obtidos após a sua aplicação e que é reforçado e ilustrado pelo caso que relatei no início deste texto.
 
O objetivo deste e dos próximos artigos é detalhar as principais disciplinas da Manufatura Virtual, abordando de forma clara a aplicação, os objetivos e os benefícios da tecnologia. 
Porém, antes de iniciar o detalhamento das disciplinas começando pelo Planejamento do Processo, é importante relembrar os pontos abaixo, que foram relevantes nos textos passados:
 
A tecnologia é para todos, independente do segmento ou do porte;
É possível aplicar a tecnologia em partes, em disciplinas focadas em cada necessidade;
A utilização da tecnologia pode ser em ambiente Cloud, sem infraestrutura interna específica;
Os benefícios podem ser mensurados quantitativamente, através de ROI e Payback.
 
Para detalhar as disciplinas da Manufatura Digital, decidi iniciar pela espinha dorsal de qualquer processo de manufatura: o Planejamento. Ao executar o planejamento de uma nova linha produtiva ou a alteração de alguma já existente, o volume de dados gerados pelos planejadores de processo é extremamente grande. Ou seja, se para a engenharia de produto uma ferramenta de PDM ou PLM é fundamental para a gestão dos dados gerados ao conceber um produto, a mesma linha de raciocínio é possível adotar para a engenharia industrial e de processos, ao desenvolver uma nova linha produtiva ou adaptar uma existente.
 
Novamente estamos falando da árvore PPR (Produto, Processo e Recurso), e agora introduzindo a gestão destas informações, que são necessárias para o planejamento de uma célula, linha ou planta produtiva. A partir da gestão e organização da árvore PPR, é possível definir de maneira rápida e assertiva cada fase do processo produtivo, verificando a taxa de ocupação dos recursos, os tempos estimados e previstos para cada operação, o gráfico de balanceamento de cada posto produtivo, entre outros dados que também são extremamente importantes para o processo.
 
Assim, o Planejamento do Processo ficará centralizado em um modelo virtual, podendo ser compartilhado dentro da equipe de processo ou para os times que dão suporte através da continuidade digital (engenharia de produto, engenharia industrial, suprimentos etc.), agregando as informações relevantes para o planejamento de determinada linha produtiva. Ao aproveitar e coletar toda a capacidade intelectual gerada ao longo do planejamento, bibliotecas de atividades e operações serão criadas, possibilitando a reutilização desta informação, capturando e utilizando as melhores práticas encontradas em cada planejamento.
 
Além disso, o Planejamento do Processo fornece:
 
Geração automática de planos de processo, baseados na estrutura do produto;
Gráfico Pert das operações;
Validação para simulação da sequência de montagem;
Verificação de impactos quando uma determinada operação ou recurso é modificada;
Balanceamento da linha;
Planejamento das operações e verificação do valor agregado em cada uma delas;
Capacidade de planejamento de linhas produtivas com variação e mix de produtos.
 
São capacidades importantes, que suportam os planejadores de processo, entregando benefícios tangíveis e intangíveis, que refletem diretamente na redução do custo e do risco nos novos projetos, na redução do tempo de lançamento de novos produtos, na capacidade de capturar as melhores práticas e reutilizá-las quando necessário e na maximização da utilização dos recursos produtivos, com o balanceamento da linha.
 
Desta forma, ao iniciar um projeto de Manufatura Digital, a análise e a percepção de iniciar pela disciplina de Planejamento do Processo é fundamental, pois além de ser utilizada isoladamente, como uma ferramenta importante de organização e gestão dos dados, também será o ponto de partida para as demais disciplinas que envolvem e integram a Manufatura Digital e que vamos abordar nos próximos textos.
 
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